O mercado de criptomoedas no Brasil registrou uma queda significativa em 2024, de acordo com novos dados divulgados pelo Banco Central. As movimentações financeiras envolvendo criptoativos somaram US$ 15,9 bilhões no ano passado, representando uma redução de 30% em comparação a 2022, quando o volume ultrapassou US$ 22,9 bilhões.
Esses números refletem um cenário de desaquecimento do mercado cripto no país, mesmo com a expansão global da adoção de ativos digitais.
Principais destaques dos dados
- Importações de criptoativos: O Brasil registrou US$ 15,9 bilhões em importações de criptoativos em 2024, contra US$ 22,9 bilhões em 2022.
- Queda nas operações: A retração anual de 30% indica um arrefecimento no volume de compra de moedas digitais por brasileiros.
- Picos anteriores: Em 2021, auge do mercado de alta (bull market), o país chegou a movimentar cerca de US$ 27 bilhões em operações com criptoativos.
Fatores que explicam a queda
Especialistas apontam algumas razões para a diminuição do volume:
- Bear market global: A forte correção no preço de ativos como Bitcoin e Ethereum em 2022 e 2023 impactou a confiança dos investidores.
- Aumento das taxas de juros: Com a alta da Selic e o encarecimento do crédito no Brasil, houve uma migração de parte do capital para investimentos tradicionais mais conservadores.
- Maior regulação: O endurecimento das normas de compliance e a entrada em vigor da Lei 14.478/2022 trouxeram mais regras para exchanges e para a declaração de ativos digitais, o que pode ter desestimulado pequenos investidores.
Perspectivas para 2025
Apesar da retração, a expectativa para 2025 é de recuperação gradual, impulsionada por:
- Regulação mais clara: A regulamentação prometida pelo Banco Central para Bitcoin e stablecoins deve trazer mais segurança jurídica.
- Retomada do interesse institucional: ETFs, tokenização de ativos e stablecoins atreladas ao real vêm ganhando força.
- Educação financeira: Iniciativas de educação sobre criptoativos têm crescido, ajudando a ampliar a base de investidores no país.
Conclusão
A queda de 30% nas operações com criptomoedas em 2024 mostra que o mercado brasileiro ainda é sensível às oscilações macroeconômicas e à confiança global nos ativos digitais. No entanto, o amadurecimento do ecossistema, com mais regulação, produtos financeiros inovadores e maior educação, pode sustentar um novo ciclo de crescimento a partir de 2025.