O Brasil está prestes a entrar para a história como o primeiro país a monetizar dados pessoais em escala nacional. Em um movimento inédito anunciado em 30 de abril, o governo brasileiro revelou um projeto piloto que permitirá que aposentados e pensionistas ganhem dinheiro ao compartilhar voluntariamente seus dados com empresas privadas — tudo com apoio da tecnologia do Drex, o real digital.
Como funciona o projeto?
Liderado pela Dataprev em parceria com a startup americana DrumWave, o projeto vai permitir que cidadãos tenham controle direto sobre seus dados e recebam compensações financeiras ao autorizarem seu uso por terceiros. A operação será realizada de forma segura e auditável, com o uso de infraestrutura digital baseada em blockchain e identidade autossoberana.
Essa nova abordagem visa reverter o atual modelo de exploração de dados — dominado por grandes empresas de tecnologia — e devolver ao cidadão o poder sobre seu próprio ativo mais valioso na era digital: a informação pessoal.
Drex: o motor financeiro da economia de dados
Embora o projeto ainda esteja em fase piloto, sua integração futura com o Drex é vista como um dos pilares da viabilidade econômica. Com o real digital emitido pelo Banco Central, será possível automatizar micropagamentos por dados compartilhados, utilizando contratos inteligentes que garantem transparência e rastreabilidade.
A ideia é simples: você compartilha um dado (como histórico de saúde, perfil de consumo ou localização), define por quanto tempo e com quem, e recebe um valor em Drex de forma imediata e programada.
Aposentados: os primeiros beneficiários
O projeto começará pelos aposentados e pensionistas — grupo que, segundo o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, poderá testar de forma prática os primeiros modelos de consentimento e recompensa. A escolha desse público tem base na ampla base de dados já administrada pela Dataprev, além de representar uma parcela da população com potencial para ganhos complementares.
Brasil como pioneiro global
A proposta foi destaque no Web Summit Rio 2025, onde a ativista global e ex-Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, celebrou a liderança brasileira na agenda de soberania digital:
“O Brasil será o primeiro país a lançar nacionalmente um projeto de titularidade de dados”, afirmou. “Isso muda tudo no debate global sobre privacidade, transparência e autonomia.”
Oportunidades e desafios
Oportunidades:
- Geração de renda extra para milhões de brasileiros
- Inclusão financeira com uso do Drex
- Criação de um novo mercado de dados ético e transparente
- Fomento à educação digital e proteção de dados
Desafios:
- Garantir segurança e usabilidade da plataforma
- Evitar abusos comerciais e uso indevido de dados
- Promover alfabetização digital para uso consciente
Conclusão
O projeto de monetização de dados com apoio do Drex coloca o Brasil na vanguarda da economia digital e pode inaugurar um novo ciclo de inclusão financeira e soberania informacional. Se bem-sucedido, o piloto com aposentados poderá se expandir para toda a população, abrindo uma nova fronteira onde dados viram dinheiro e o controle volta para o cidadão.