A Tether, emissora da maior stablecoin do mundo, o USDT, estaria em negociações avançadas para levantar entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões em uma rodada de financiamento privado, segundo fontes próximas à companhia. Caso a operação se concretize, a avaliação de mercado da empresa poderia chegar a US$ 100 bilhões, patamar comparável a gigantes globais de tecnologia e finanças.
A movimentação reforça a posição da Tether como protagonista absoluto no segmento de stablecoins, categoria de ativos digitais que busca manter paridade com moedas fiduciárias, como o dólar, e que já se tornou peça central da economia cripto.
Estratégia por trás da captação
O novo aporte, se confirmado, teria múltiplas finalidades. Parte dos recursos poderia ser destinada ao fortalecimento das reservas da Tether, buscando aumentar a transparência e a confiança na paridade 1:1 do USDT com o dólar — um dos pontos mais contestados por reguladores e críticos da empresa.
Além disso, a Tether teria espaço para investir em tecnologia blockchain, ampliar sua presença em diferentes mercados e acelerar o desenvolvimento de novos produtos, diversificando sua atuação para além do USDT.
Impacto no mercado cripto
Um investimento desse porte teria repercussões imediatas em todo o setor de ativos digitais. A expectativa é que a iniciativa pressione concorrentes a adotar padrões mais rígidos de transparência e inovação. A dominância da Tether no mercado de stablecoins já é clara — o USDT responde por mais de 60% do volume global — e uma capitalização reforçada tende a ampliar ainda mais essa vantagem.
Para investidores, a notícia pode ser interpretada como um voto de confiança no papel das stablecoins como infraestrutura essencial do mercado cripto. A eventual entrada de grandes players institucionais no financiamento também reforça a ideia de que esses ativos estão cada vez mais próximos do mainstream financeiro.
Desafios pela frente
Apesar do otimismo, a Tether ainda enfrenta desafios significativos. Reguladores em diferentes países têm intensificado o escrutínio sobre stablecoins, exigindo maior clareza sobre reservas e governança. Além disso, a competição aumenta, com projetos de stablecoins lastreados em moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e iniciativas privadas buscando espaço.
Mesmo assim, a Tether tem mostrado resiliência ao longo dos anos. Com uma base de usuários massiva e histórico de adaptação às pressões do mercado, a companhia parece determinada a seguir liderando o setor. A tentativa de captar até US$ 20 bilhões representa mais do que uma rodada de investimento: é uma aposta ambiciosa no futuro das finanças digitais.
Referências: