O preço do Bitcoin sofreu uma queda de 0,5% na abertura dos mercados de Wall Street nesta terça-feira, reagindo a dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos. O principal criptoativo caiu para mínima intradiária de US$ 67.500, eliminando parte dos recentes ganhos.
Os números mais recentes do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA superaram as projeções e mostraram que a inflação registrou uma ressurgência em março. Com alta de 0,4% na leitura mensal e 3,5% na anual, contra estimativas de 0,3% e 3,4%, respectivamente.
Esse resultado reacendeu imediatamente os debates sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed) na condução da política monetária. As apostas de que o banco central americano promoveria um corte de juros tão cedo quanto em junho praticamente se dissiparam.
Conforme a ferramenta FedWatch da CME, os traders agora precificam apenas 20,6% de chances de redução dos juros em junho, contra 45,9% para setembro. Isso indica que o Fed deve manter as taxas estáveis em maio e junho, adiando um possível afrouxamento para mais tarde no ano.
Dinâmica trava mercados antes do “Halving”
A perspectiva de juros persistentemente elevados por mais tempo repercutiu nos mercados, com o Bitcoin não ficando ileso. Após quebrarem sucessivas resistências nas últimas semanas, os criptoativos viram as compras se esfriar momentaneamente.
No domingo, os fluxos do Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) registraram saída líquida de US$ 154,9 milhões, o maior resgate diário desde novembro, segundo a BitMEX Research. No agregado, os ETFs de Bitcoin à vista sofreram saídas de US$ 18,7 milhões, o segundo dia consecutivo de fluxo negativo.
Apesar desse freio de arrumação, o mercado ainda expressa otimismo com as perspectivas do setor cripto após o próximo “halving” do Bitcoin, marcado para 20 de abril. Vijay Maharajan, CEO da bitsCrunch, avalia que o evento pode “não apenas levar o BTC a novas máximas históricas, mas também impactar positivamente outros criptoativos”.
Com o “halving” se aproximando e tantas variáveis em jogo, investidores devem seguir monitorando os fundamentos e os impactos sobre a trajetória dos mercados.
FAQ
- Por que o preço do Bitcoin caiu nesta terça-feira?
O Bitcoin recuou após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que veio acima do esperado em março, alimentando temores de que o Fed manterá os juros altos por mais tempo.
- Quais foram as leituras do CPI que pressionaram os mercados?
A inflação mensal nos EUA subiu 0,4% em março, ante estimativa de 0,3%. Na leitura anual, o CPI avançou 3,5% contra projeção de 3,4%.
- Como as expectativas para a política do Fed mudaram?
Antes do CPI, os mercados precificavam cerca de 60% de chance de um corte de juros pelo Fed em junho. Após os dados, essa probabilidade caiu para apenas 20,6%.
- Qual foi o impacto nos ETFs de Bitcoin?
Os dados desinflaram as compras recentes. O Grayscale Bitcoin Trust viu resgates de US$ 154,9 milhões no domingo. Em agregado, os ETFs de Bitcoin tiveram saídas líquidas de US$ 18,7 milhões na segunda-feira.
- Isso prejudica as perspectivas para o “Halving” do Bitcoin?
Apesar do movimento recente, analistas ainda veem potencial de alta após o “Halving” em 20 de abril. O evento pode levar o Bitcoin a novas máximas e impactar positivamente outras criptomoedas.
- O que investidores devem observar daqui para frente?
É importante acompanhar os fundamentos do setor cripto, bem como os impactos da política monetária nos mercados, para melhor calibrar as expectativas neste ambiente desafiador.