A ascensão meteórica das memecoins tornou-se um dos fenômenos mais curiosos e lucrativos do mercado de criptomoedas nos últimos anos. No entanto, um novo relatório da Galaxy Research revela uma verdade incômoda: embora esses ativos digitais baseados em memes atraiam milhões de usuários em busca de lucro rápido, a maior parte dos ganhos acaba concentrada nas mãos das plataformas centralizadas.
Esse cenário levanta questionamentos importantes sobre a distribuição de riqueza no ecossistema cripto e o papel das exchanges na exploração da euforia em torno das memecoins.
A economia dos memes
De acordo com o estudo da Galaxy Research, a popularidade das memecoins é impulsionada principalmente por dois fatores: a facilidade de criação e o poder viral das redes sociais. Plataformas como a Pump.fun permitem que qualquer usuário lance seu próprio token em minutos, resultando em um mercado que movimenta bilhões de dólares e reúne centenas de milhares de detentores.
A promessa de ganhos rápidos e o senso de pertencimento em comunidades vibrantes são atrativos poderosos, especialmente para investidores iniciantes. Segundo o relatório, a adoção global de memecoins cresceu significativamente, com uma parcela expressiva de novos participantes buscando nelas uma forma alternativa de gerar renda.
Quem realmente lucra
Apesar do entusiasmo do público, a estrutura do mercado de memecoins favorece desproporcionalmente as plataformas de negociação.
A alta volatilidade e o ciclo de vida curto desses tokens geram um volume massivo de transações — e cada uma delas implica em taxas cobradas pelas exchanges, sejam centralizadas ou descentralizadas.
Assim, mesmo quando a maioria dos traders individuais não obtém lucros consistentes, as plataformas continuam lucrando com as taxas de negociação. O relatório é categórico: “as plataformas de memecoins lucram enquanto os traders perdem dinheiro.”
O boom no Brasil
O Brasil, hoje um dos maiores mercados de criptomoedas da América Latina, também vive uma explosão de interesse por memecoins.
A busca por renda passiva e o fácil acesso a essas moedas têm impulsionado a participação de investidores locais. Tokens como Dogecoin (DOGE), Shiba Inu (SHIB) e Pepe (PEPE) figuram entre os mais populares, alimentados por comunidades engajadas e pela força das redes sociais.
Contudo, a alta especulação e a ausência de valor intrínseco — sem um projeto sólido ou utilidade prática — tornam esses ativos altamente arriscados e, na maioria das vezes, de curta duração.
Um alerta para investidores
Para os investidores brasileiros, a lição é clara: embora as memecoins possam gerar retornos explosivos em períodos curtos, elas também carregam riscos consideráveis.
A volatilidade extrema, a manipulação de mercado e a falta de fundamentos sólidos exigem cautela e uma gestão de risco rigorosa.
O relatório da Galaxy Research reforça que, apesar de serem uma porta de entrada divertida e acessível para o universo cripto, a verdadeira riqueza dessa febre está concentrada nas plataformas que movimentam o jogo.
Conclusão
Em um ambiente onde a narrativa e o hype muitas vezes superam a utilidade real, educação e pesquisa são as melhores proteções para quem deseja navegar no mercado de criptoativos.
Diversificar o portfólio e destinar apenas uma pequena parcela do capital a ativos especulativos, como as memecoins, é uma estratégia prudente.