Na semana encerrada em 28 de março de 2025, o Brasil registrou uma retirada líquida de aproximadamente US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 7,5 milhões) de fundos de investimento baseados em criptomoedas. Este movimento ocorre em contraste com as entradas líquidas globais de US$ 226,4 milhões no mesmo período, conforme dados da CoinShares.
Tendências de Investimento no Período
Enquanto o Brasil observou saídas, outros países apresentaram entradas significativas:
- Estados Unidos: US$ 203,6 milhões
- Suíça: US$ 14,7 milhões
- Alemanha: US$ 9,2 milhões
- Canadá: US$ 900 mil
- Austrália: US$ 900 mil
Países como Suécia e Hong Kong também registraram saídas, totalizando US$ 6,8 milhões e US$ 2,1 milhões, respectivamente.
Investimentos Acumulados e Posição Global do Brasil
Apesar da retirada semanal, os investimentos acumulados do Brasil em 2025 somam US$ 71,3 milhões. O total de ativos sob gestão (AuM) atingiu US$ 1,18 bilhão, mantendo o país na sexta posição global, atrás de EUA, Suíça, Canadá, Alemanha e Suécia
Perfil do Investidor Brasileiro em Criptomoedas
Uma pesquisa realizada pelos institutos Datafolha e Paradigma Education revelou que 54% dos brasileiros conhecem o Bitcoin, e 16% já investiram em criptomoedas. Curiosamente, o universo de investidores em criptoativos no Brasil é maior do que o de dólar, Tesouro Direto e ações. No entanto, 29% dos investidores encaram os criptoativos como uma forma de aposta, evidenciando a necessidade de maior educação financeira sobre o tema.
Tendências Globais e Desafios no Mercado de Criptomoedas
Globalmente, 2025 tem sido um ano de significativas movimentações no mercado cripto. A reeleição de Donald Trump nos EUA gerou expectativas de políticas mais favoráveis ao setor, com previsões de que o Bitcoin possa alcançar US$ 200.000 devido ao aumento da demanda institucional e à percepção do Bitcoin como reserva de valor contra a inflação.
Além disso, espera-se que ETFs baseados em criptomoedas como Solana sejam aprovados, ampliando o acesso de investidores tradicionais a esses ativos digitais. As Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs) também estão passando por uma renovação, com maior foco em segurança e conformidade regulatória.
O Papel do Drex e a Adoção de Criptomoedas pelo Governo
No Brasil, o Banco Central está desenvolvendo o Drex (Digital Real X), uma versão digital do real que permitirá transações mais eficientes e seguras. O lançamento do Drex está previsto para 2025, com testes piloto em andamento. Essa iniciativa coloca o Brasil na vanguarda da adoção de moedas digitais emitidas por bancos centrais.
Além disso, projetos de lei têm sido apresentados no país visando permitir que o Banco Central mantenha uma reserva estratégica de Bitcoin, alinhando-se a iniciativas de outros governos que reconhecem o potencial das criptomoedas como ativos de reserva.
Considerações Finais
As recentes movimentações no mercado de criptomoedas refletem um cenário de cautela por parte dos investidores brasileiros, contrastando com a tendência global de otimismo e expansão. A introdução do Drex e as discussões sobre a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin pelo governo indicam um reconhecimento institucional do potencial das criptomoedas. No entanto, é essencial que os investidores mantenham uma postura informada e cautelosa, considerando os riscos associados a esses ativos voláteis.